TOTAL DE VISUALIZAÇÕES

segunda-feira, 28 de maio de 2012

AVENTURAS GERIATRICAS - 8a. parte

24 de maio de 2012 - Gatlinburg (TN)


O programa de hoje e' chegar a Deals Gap (North Carolina) pela Foothills Parkway. Isso nos permitira’ pegar o Dragao pelo rabo (mania de brasileiro). Abrindo um parentheses: enquanto escrevo um casal aqui ao lado queimando uma maconha da melhor qualidade. Sou obrigado, pela proximidade e pela direcao do vento, em compartilhar do saudavel vicio dos sacanas e isso e’ um perigo pois esta me dando vontade de “fazer” o Tail of the Dragon agora e com o farol apagado. O Cyro esta tendo um enorme trabalho em me convencer do contrario. O problema e’ que ele comeca a ser afetado pela melodiosa fumaca e parece que esta ficando doidao tambem. Torcam para que resistamos ate o final da narrativa. Fecha parentheses. Voltando `a vaca fria, na saida de Gatlinburg nossos GPS comecaram a brigar, mostrando direcoes  exatamente opostas embora com os mesmos endereco. So posso atribuir isso a uma acao do anjo da guarda de um de nos trabalhando para evitar nosso encontro com aquele terrivel trecho da 129. Deixamos de lado as informacoes das carissimas bugingangas e apelamos para a ignorancia: nos guiar pelo sol e pelas placas ja’ que o dia estava lindo, sem nuvens e com o sol nos saudando em cada raio que atravessava a copa das arvores que margeavam nosso caminho, alem disso a sinalizacao e’ otima e assim  atravessamos novamente o Fumaca. Como, o amigo nao sabe a quem nos referimos ? Seguinte, de tanto atravessa-lo, o Smoky Mountain National  Park ja’ nos permite a intimidade de assim chama-lo. De qualquer forma o Fumaca esta em eterna mutacao, assim cada dia e, cada momento sao  unicos e voce tem mais e’ que aproveita-los.


Como esquecer o bom e velho “Fumaca” ?
(Smoky Mountain National Park, TN)





 Ta’ vendo, qualquer um consegue boas fotos pois o danado do Fumaca e’ exibido como ele so’ !
(Smoky Mountain National Park, TN)


Uma ultima parada para nos despedirmos do Parque que cruzamos algumas vezes em nossas andancas.
(Smoky Mountain National Park, TN)





Praticando um saudavel habito aprendido com nosssos congressistas. Naaaaaooooo, nao e’ isso que voces estao pensando nao, e’ so’ um inocente alongamento.
(Smoky Mountain National Park, TN)


Apos curtir o visual maravilhoso  entramos na Foothills Parkway e aproveitamos mais uma Estrada que s’o pode ter sido projetada pensando em motociclistas, tal sua beleza e perfeicao. Por outro lado, verdade seja dita, os motociclistas fazem sua parte, coalhando as estradas com suas motos coloridas (algumas exageradamente) e, principalmente, com a melodia dos Big Twins fazendo disparar batimentos cardiacos. 


Como dois brasileiros se apresentam a tal de Foothills. A formalidade nunca foi o nosso forte.(Foothills Pkwy, TN)






O problema era que quanto mais proximo da 129 mais a adrenalina subia , a respiracao acelerava e todos os sentidos se colocavam em alerta maximo. Claro que para dois anciaos era um “alerta maximo” tipo funcionario do congresso: meia-boca e de 3a. a 5a. feira. Bem, isso nao importa, ja’ que o Tail of the Dragon nao admite brincadeiras. Falando serio, se voce nao sabe como fazer uma curva, e so’ existem duas maneiras de faze-la: a certa e a errada, NAO VA pois na melhor das hipoteses voce vai voltar com o ego em frangalhos ou proceder como nossos amigos abaixo.






Para nos, era uma questao de honra nao atrapalhar ninguem e andar em uma velociade decente. O Cyro ja fez moto-velocidade e sabe muito, mas muito mesmo, sobre pilotagem e nunca se furtou  a ensinar-me o que sabe. Constantemente praticamos juntos e temos oportunidades de trocar ideias, corrigir minhas falhas e refazer curvas buscando o continuo aperfeicoamento. Sinto-me, por isso, na obrigacao de compartilhar esses conhecimentos com todos aqueles que tiverem a paciencia e a curiosidade de ler-me.   Quando chegamos no trecho onde termina o Dragao (lembrem-se que chegamos pelo final do rabo, hehehehe), lembrei-me de todos os ensinamentos: respiracao, olhar, rotacao, peso na pedaleira, foco e, principalmente, caprichar no contra-volante (ou contra-esterco). Apos a primeira curva tudo ficou mais facil, respiracao compassada, olhar no ponto em que quero que a moto va’, rotacao no minimo a 4.000 rpm, peso na pedaleira interna da curva, atencao total no trabalho e contra-estercar com vontade para que a moto incline o que a curva requer. Nao vou cansa-los com detalhes tecnicos mas tenham a certeza de que fizemos um belissimo trabalho e fomos cumprimentados por quem veio atras (e nao conseguiu acompanhar-nos embora tentasse). As motos estao cheia de cicatrizes nas pedaleiras e nos escapamentos. Se voce quiser andar decentemente tem que raspar mesmo, e com vontade.












Estou  realizado, alias mais do que realizado, consegui andar no Dragao como sempre desejei. Ano passado estive aqui e, ainda que nao tenha atrapalhado ninguem, nao andei como poderia pois estava em uma moto alugada e sozinho. Alem disso, de la’ para ca’, houve uma evolucao muito grande apos viagens em serras bem trabalhosas onde os ensinamentos foram colocados em pratica.
O fato e' que estou orgulhoso e espero que voces relevem esta minha euforia, afinal nao e' toda hora que voce vai ver um velho de 70 anos esfregar a pedaleira de uma Goldwing no Rabo do Dragao. Foi lindo !
Se me perguntarem se no Brasil existem desafios semelhantes ao Tail of the Dragon, embora nao conheca todos, diria que certamente sim, temos curvas fechadas, em subida em descida, etc, etc. O grande desafio do Dragon e’ a sequencia de curvas (318 em 18 Km) de diferentes angulos, rampas e inclinacoes, com folhagem na pista (dependendo da estacao do ano) sem tempo para recuperar a respiracao e sem perdao para qualquer vacilo.









Alem do mais, existe a pressao de dezenas de motos enfileiradas atras de voce andando forte, exigindo que voce abra caminho para as speeds e ande num ritmo compativel com o grupo que esta embolado com voce.





Isso sem falar nas que vem em sentido contrario misturadas a carros, trailers e caminhoes.





Voce chega ao final da sequencia exausto. Alem de sua pilotagem ser exigida ao maximo, seu corpo tambem sofre, e muito. Claro que voce pode faze-lo a 20 Km/h (e assim mesmo em algumas curvas isso pode ser muito !) freiando, jogando uma primeira sem sequer inclinar a moto, tipo “so’ no sapatinho”  mas ai, meu amigo, voce estara fazendo o “Rabo da Lagartixa” e nao o “Tail of the Dragon”.



A proposito do casal que estava "apertando" um xaro. Os caras devem ter queimado uns 8 quilos da "marvada" durante a noite. A vantagem e' que os pernilongos desapareceram (ou estavam doidoes).



sábado, 26 de maio de 2012

AVENTURAS GERIATRICAS - 7a. parte

23 de maio de 2012 (4a. feira)

Pois e’ mocada, ontem `a tardinha, ao chegarmos ao hotel, havia umas 10 motos estacionadas na cobertura em frente a recepcao e um monte de gringos tomando cerveja em volta delas. Quando nos viram ja nos convidaram para uns copos e so’ tivemos tempo de deixar a bagagem no quarto e voltar para bater um papo e descontrair. Acho que exagerei na cerveja pois nao entendi o que uma recepcionista falava a respeito de uma Honda no estacionamento. O fato e’ que pela manha descobri que tinha deixado a moto ligada e a bacteria tinha ido para o vinagre. O jeito era empurrar a moto. Pedi auxilio ao Cyro, que sentou na moto obviamente (a lambanca eu quem cometi) e eu empurrei-a com medo que a “gambiarra” no coracao desse o prego. Mas a Dra. Olga fez um belissimo trabalho e pude empurrar com vontade os 400 e poucos quilos da moto + Cyro e a danada pegou depois de uns poucos metros. Aproveitamos o embalo e nos mandamos para Gatlinburg no Tenesse, atravessando o belissimo Smoke Mountain National Park.

Conserto na Estrada nos obriga a parar e o Cyro aproveita para bater um papo com um gringo que pilotava um Trike e que depois fez um monte de cagadas na minha frente.
(Great Smoky Mountains National Park



No caminho a quantidade de motos e trikes erao sinal que a temporada estava comecando. Por outro lado, acompanhar o pessoal das motos e’ uma experiencia e tanto pois pudemos avaliar nosso nivel de pilotagem em relacao a eles. Alem disso, percebemos uma tendencia que vemos com muita frequencia no Brasil: uma enorme preocupacao com equipamentos de seguranca tais como macacoes, jaquetas, capacetes, luvas, joelheiras, coletes lombares, air bags e etc mas muito pouco ou praticamente nenhum investimento na area de pilotagem. O ponto de partida para uma boa pilotagem e’ conhecer as caracteristicas da moto, para nossa surpresa encontramos proprietarios de motos como a nossa desconhecendo que o pedal do freio traseiro aciona tambem o freio dianteiro (disco da direita). Alias, no que se refere a frenagens,a maioria dos motociclistas gringos sabe tanto quanto a maioria dos motociclistas brasileiros sobre o tema: quase nada.

Voltando ao assunto, chegamos a Gatlinburg e ficamos em um pequeno (e baratissimo, US$ 35) no centro da bela cidade que se transforma emu ma estacao de sky no inverno, ja que no verao e’ tomada pelos motociclistas e suas Harleys.



Um pequeno detalhe, as flores sao naturais e trocadas periodicamente de acordo com a estacao.
(Gatlinburg, TN)

Essa estrela ainda vai brilhar numa curva do Tail of the Dragon !

( antiga profecia de Cumeeira)






Reparem nos dragoes da porta. Esta chegando a hora da onca beber agua...



Helio e Cyro matando a fome em um pub que serve Pepsi e cha gelado !!!!







Como diz meu filho: "- Carro de macho tem que ter, no minimo, oito cilindros."




Aproveitamos para dar um descanso `as motos e ao esqueleto que ja comeca a reclamar da pessima ergonomia das Wings. Amanha o plano e’ sair pela 441, atravessar O Smoke Mountain National Park pelo outro lado, pegar a Foothills Parkway (deixei de conhece-la da ultima vez mas dessa ela nao me escapa) e encontrar a famosa 129, o que vai nos permitir pegar o Dragao pelo rabo. Preparem os coracoes !!!.

quarta-feira, 23 de maio de 2012

AVENTURAS GERIATRICAS - 6a. parte


Grande mocada, acabou o recreio. Enquanto estavamos trabalhando duro para dar condicoes minimas de seguranca para que as Goldwings encarassem uma Estrada, faziamos pequenas incursoes por cidades proximas a Charlottesville, tais com Orange, Staunton, Winesboro, Richmond e outras menos votadas para testar nossas modificacoes e verificar o grau de confiabilidade das maquinas. A unica viagem, ate entao, foi a minha trazendo a moto de Detroit, por sinal com serios problemas de freio. Foi uma luta trazer a danada com o disco dianteiro esquerdo arrastando por 750 milhas. Alias freio e’ um assunto em que ficamos doutores, principalmente no que se refere `a Goldwing. Como todo motociclista sabe, quando o freio bloqueia roda traseira a acao a ser tomada e’ manter o freio bloqueado, ja’ quando o freio bloqueia a roda dianteira, a acao e’ inversa, ou seja solte o freio e volte a pressiona-lo em seguida. Se voce tem um pedal que aciona o freio traseiro e o freio dianteiro (o disco da direita) simultaneamente, como e’ que vocefaz  para segurar um e liberar outro ?  Os japoneses, querendo auxiliar a grande maioria que nao sabe utilizar os freios, criaram o pior dos mundos  ja’ que na epoca nao existia o ABS. Bem mas esse e’ um assunto chato, o fato e’ que trabalhamos como uns condenados mas as motos ficaram razoavelmente seguras mas obrigando-nos, em contrapartida, a adotar algumas acoes que minimizam os riscos, por exemplo: aumentar a distancia para os veiculos `a frente, abusar de usar a reducao de marchas e outras manobras que tem nos mantido incolumes.


Nessas andancas por perto participamos de 2 encontros de HD, um em Orange e outro em Staunton. Neste ultimo havia um lanche (barbecue with iced tea) que custava 5 dolares. Ao chegar perguntei `a gerente da Harley se havia alguma ”ATM machine” poise eu precisava de grana ara pagar o tal de churrasco. Ela me pediu desculpas por nao ter a tal maquina cuspidora de dinheiro e pediu-me para aguardar. Foi ate o escritorio e voltou de la com uma nota de 10 dolares como cortesia da HD. Quando fui la for a dar a noticia ao Cyro ele estava com um mecanico da Harley (que falava ao telephone) ao lado de sua Goldwing. Nao e’ que ele foi pedir uma “dica” de como soltar a roda da moto e o mecanico, apos olhar, ligou para uma concessionaria Honda (em outra cidade) para confirmar !  Ali eu tive a certeza de que estava no primeiro mundo.
















Em Orange a recepcao nao foi menos amistosa. Apos uma curta mas emocionante viagem por uma estradinha cheia de curvas e passando por inumeras propriedades rurais, onde o risco de um trator, ou um cavalo surgir `a sua frente e’ consideravel, chegamos ao dealer da HD. O proprio dono nos recebeu, um senhor de uns 80 anos mas entusiasta e praticante do motociclismo. Deu-nos inumeras dicas para as viagens e convidou-nos para um evento anual da concessionaria (em junho) onde a policia fara um mini-rodeio com seus competidores. Vou tentar inscrever o Cyro sem ele saber e depois digo que sou o instructor dele, hehehehehehe.














Semana passada, com tudo pronto para largarmos, o motor de arranque da moto do Cyro pifa. Nao vou entrar em detalhes mas conseguimos resolver com o auxilio de um velho corredor de motos que matou a charada e nos deu um solenoide usado que trocamos e o arranque ressuscitou.  Logo resolvemos botar o pe’ na Estrada pois estavamos desconfiados que tudo isso era frescura das motos. O fato e’ que domingo, por volta das 11 horas partimos celeres para a Blue Ridge Parkway e suas promessas de aventura.  Foi entrar na Estrada e o desempenho das motos comeca a melhorar.












O  sol que nos obrigava a pilotar em mangas de camisa. O Cyro ofereceu-me bloqueador solar mas eu desdenhei: “-Quem pega o sol de Cabo Frio nao tem medo desse solzinho daqui.”  `A noite arrependi-me amargamente disso. Torrado como um camarao e um principio de desidratacao (alem do mais, como todo velho, nao tenho sede). Quando paramos no hotel em Roanoke so quis saber de dormir. No dia seguinte, ja melhor e levando duas garrafas de Gatorade, apontamos a proa das maquinas em direcao a Blowing Rock, nossa proxima etapa, e partimos com receio da chuva anunciada para a tarde.  As paisagens se sucediam de uma maneira que e’ impossivel cair na monotonia, por outro lado, a confraria dos motociclistas e’ incrivel, todos fazem questao de se cumprimentar e se auxiliar, nao importa a marca, o modelo e o valor da moto pois antes de mais nada sao todos motociclistas.















Como nossas paradas sao frequentes, para esticar as pernas e para tirar agua do joelho (em consequencia da idade, da pessima ergonomia das Goldwings e do remedio para hipertensao), acabamos por prejudicar nossa media horaria, e nesse momento, o meu amigo Cyro esquece o valor das multas e a nossa idade e enrosca o punho com vontade, naturalmente que tenho que fazer o mesmo para nao perder o cara de vista. ‘E um tanto arriscado mas lindo de se ver : duas Wings riscando o piso imaculado da Blue Ridge Parkway com as bracadeiras do escapamento, ainda por cima pilotadas por dois velhos que se comportam como dois adolescentes com pouco siso como se dizia antigamente, hoje seria:  “dois velhos com bosta na cabeca”.












Verdade seja dita, conseguimos chegar a Blowing Rock num horario decente e a chuva so nos pegou ja’ no estacionamento do hotel.
Apos o jantar estudamos o percurso de hoje (22/05/2012) e chegamos a conclusao que pegariamos chuva na parte mais alta da Estrada se saissemos tarde. Nao tinhamos muito o que fazer. Saimos o mais cedo possivel para passer antes da chuva mas consertos na Estrada atrasaram-nos bastante, alem disso paramos para almocar em um restaurante mexicano com aquelas musicas de “mariaches”, aquilo da’ um sono desgracado.












Acabamos por sair tarde mas foi bom por termos a oportunidade de ver algo de que jamais me esquecerei. Estavamos parados para mais uma sessao de alongamento e xixizamento quando param duas motos: uma Honda speed e uma Touring, se nao me engano Yamaha com um casal de coroas (mas bem coroas mesmo, assim como como nos ). A senhora pilotava a Honda (linda a moto com motor em V), apos nos indicar onde parar para almocar montaram na moto e sairam. Nos saimos imediatamente atras. So’ pela maneira como a coroa saiu pedi a Deus que o Cyro nao tentasse segui-la pois a velha filadaputa tocava uma barbaridade e o velho pancudo nao ficava para tras (esqueci de dizer que o coroa tinha uma barriga momesca). Qual o que, o Cyro saiu que nem um alucinado e eu tentando acompanha-los, a estrada  naquele trecho lembra muito a Av. Niemeyer mas a velha estava possuida, voce nao via luz de freio em nenhum momento, ela sabia o que estava fazendo com aquela moto. Para mim era coisa de profissional. Depois de duas ou tres curvas em que tive a sensacao de ouvir o Ayrton Senna conversando  com o Elvis Presley sobre a importancia do rock na velocidade  entreguei os pontos: “-A velha e’ melhor do que eu e ela que va’ para o diabo que a carregue com sua moto e com aquele pancudo gay”. Claro que o cara nao era gay mas naquele momento me fez um bem enorme calunia-lo. O Cyro, nao sei se pensou o mesmo ou ficou preocupado comigo, tambem voltou ao ritmo normal. Entendam que ritmo normal nao  e’ daqueles que ficam murrinhando nao, andamos numa velocidade acima da media da turma daqui, principalmente nas curvas mas a velha era o bicho. Mais a frente voltamos a encontra-los (ambos com um sorriso zombeteiro) e ela falou para o Cyro que sua vida era em cima de uma moto viajando. Despedimo-nos e tomamos nosso rumo com auto-estima um pouco avariada mas fazer o que ? O raio da velha pilota pra cacete e nao posso fazer nada a respeito disso, apenas reconhecer e reverenciar uma verdadeira virtuose.
Por tudo isso encontramos a chuva no caminho e quanto mais subiamos mais ela piorava e a temperatura caia pois estavamos  atravessando nuvens. Passamos a tomar muito cuidado com as condicoes da Estrada pois neste trecho os tuneis se sucedem e as condicoes de entrada e saida deles variam enormemente. 








Quando comecamos a descer, ja’ proximos a nosso destino, a chuva parou e assim chegamos a Cherokee, ponto de partida para inumeras opcoes que ainda estamos avaliando. Quando o Cyro mencionou o Tail of the Dragon juro que pensei na velha me ultrapassando miseravelmente na curva mais dificil. So’ me resta dormir e sonhar que estou atirando com uma 12 nos pneus daquela Honda com motor em V.

segunda-feira, 7 de maio de 2012

AVENTURAS GERIATRICAS - 5a. parte

O tempo esta terrivel: frio com possibilidade de neve ao inves de calor nesta epoca do ano. Acho que a hipotese, ja’ que teoria nao e’, do “aquecimento global” foi para o brejo depois que seu “muso” , o tal de James Lovelock, confessou em entrevista a Ian Jonhston publicada no www.msnbc.com em 23/04/2012, que estava sendo alarmista e pediu desculpas, deixando o bestalhao do Al Gore e seus eco-chatos pendurados na brocha. O fato e’ que ainda nao podemos fazer viagens mais distantes enquanto o tempo nao firmar. Mas isso tem seu lado positivo, alem de curtirmos mais a familia (ja me considero parte) estamos colocando as motos `a nossa feicao.
Como acontece com as HDs no Brasil, aqui tambem as motos de grande porte cusam medo a seus proprietarios que as deixam encostadas e as utilizam, quando isso ocorre, apenas para pequenos percursos e/ou para impressionar os vizinhos. Com isso, encontramos motos com quilometragens baixissimas porem com a manutencao deficiente, problemas tais como pincas de freio com pistons emperrados, caixas de direcao desreguladas, calibragem de suspensoes erradas, altura de para-brisas sem o menor criterio, alem de um outro problema: os “gatilhos” Aqui, como todos sabem, o preco da mao de obra e’elevado o que, alem de desestimular manutencoes em profissionais gabaritados, estimulam os “mexanicos” de fim de semana. O que voce descobre de lambanca nao e’ pouca coisa. No meu caso nao tive opcao a nao ser viajar para Detroit, montar na minha neguinha e fazer uma viagem de quase 1.200 km sem nenhuma revisao. A unica coisa que fiz foi parar a bichinha com 2 ou 3 milhas para ajustar o guidom, so’ quando cheguei a Charlottesville que ela fez companhia `a Aspencade do Cyro na UTI. Tambem revisamos tudo: velas, cabos de vela, corte dos para-brisas para dequa-los `a altura de cada um de no’s. Aqui o pessoal tem mania de olhar por dentro do para-brisas da moto. Isso ‘e totalmente errado, pois na chuva e a noite sua visao fica extremamente prejudicada. Assim e’ que o correto ‘e a altura do para-brisas ficar na linha da base do nariz do piloto.
Revisamos tambem o sistema eletrico (fuziveis errados aos montes), suportes de motor soltos, escapamento vazando, regulagem de suspensoes, regulagem de manetes, sangria dos freios, etc… A cada melhoria implementada saimos para testar o comportamento das motos e nossos passeios sempre passam por concessionarias de moto, lojas de ferramenta e assemelhados.
Na 3a. feira apos uma serie de melhorias resolvemos dar um role’ para sentir as motos. Acontece que a medida em que vamos nos familiarizando com o local ficamos mais abusados. Como temos preguica de manobrar a moto com a mao para sair do estacionamento da casa, resolvemos dar a volta pelo gramado nos fundos da casa. Tinha chovido na vespera, a grama estava molhada e eu, do alto da minha incompetencia deixei a Camila rebolar que nem a Globeleza e me jogar no chao. O Cyro ja tinha saido e como eu demorava ele voltou para rir e me ajudar a levantar a insubmissa motocicleta. Mas o melhor estava por vir, na volta, o Cyro elogiando a moto o tempo todo vinha me falando que iria encostar a pedaleira da Sabrina no asfalto. Ao entrarmos numa rua bem tranquila, vi que ele acelerou e deitou a moto com vontade, o problema e’ que vinha um grupo de gringos (umas 3 ou 4 pessoas com dois cachorroes enormes) ocupando 2/3 da pista da direita e no terco restante havia uma enorme poca d’agua (comecei a rir antes da hora). O Cyro abriu a curva e implementou a mao inglesa na Virginia, ele fez a curva pela contra-mao, entre uma pick-up e o meio fio. O pior e’ que eram vizinhos da filha do Cyro, que ja nos olham desconfiados fazendo mecanica nas motos e falando em um idioma estranho.


















Mas as motos estao ficando excelentes, so’falta corrigir o grande problema que a engenharia da Honda lancou em 1984, os freios conjugados: a manete de freio pressionada, aciona o disco dianteiro ESQUERDO. O pedal de freio traseiro pressionado, aciona o disco traseiro e o disco dianteiro DIREITO.
Bem, como todos sabem, ou deveriam saber, quando a roda traseira e’ bloqueada em uma frenagem ela deve PERMANECER bloqueada pois a tentativa de se alinhar com a roda dianteira (que estaria girando) faria a moto perder o controle. Ja’ a roda dianteira bloqueada, o procedimento e’ aliviar a pressao na manete e rapidamente voltar a pressiona-la simulando a acao do ABS. Com isto temos acoes antogonicas impossiveis de ser executadas com um freio que comanda, simultaneamente, a roda dianteira e a traseira. Isso sem falar na impossibilidade de utilizar a tecnica de controle da oscilacao da roda traseira atraves de acelerador, embreagem e freio traseiro, como exigiro pela tecnica da policia maericana. De qualquer forma estamos trabalhando em uma solucao, descobrimos que ate 1983 as Wings vinham com o freio normal, so mudando em 1984, mas os quadros permaneceram os mesmos. Isso nos levou a encomendar no e-Bay as valvulas da 1983 e conseguimos descobrir onde afixa-las nas nossas motos.

Amanha vamos sair atras dos mangotes de freio e creio que em breve ja teremos os freios decentes.