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quinta-feira, 14 de abril de 2011

Segurança - Mortes avançam sobre duas rodas


Grande Moçada,


O Globo de 13/04/2011 publicou uma reportagem intitulada “Mortes avançam sobre duas rodas”.

Os números realmente são assustadores mas, para variar, causas não são investigadas, soluções não são propostas e desculpas são a especialidade da casa. 
Li um artigo do Sandro Andriow na Moto.Sport de 14/01/2008 onde ele faz um resumo de três estudos desenvolvidos por Universidades brasileiras sobre acidentes com motocicletas. Quem quiser basta pesquisar no "gugol". 


A título de curiosidade algumas constatações:

1) 86 % dos acidentados com idades até 40 anos.

2) 68 % dos acidentados com idades entre 18 e 24 anos.

3) 85 % dos acidentes com motos até 125 cc.

4) 96 % dos acidentes com motos até 200 cc.

5) 24 % dos acidentados estavam alcoolizados.


Na minha opinião já existem leis suficientes, o desafio é cumpri-las. O grande problema é que pouquíssimos motociclistas receberam treinamento adequado para conduzir uma motocicleta em segurança.


1) A maior barbaridade começa com o exame do Denatran onde os candidatos devem conduzir a motocicleta em um circuito padrão, utilizando uma técnica absurda (em 2ª. Marcha e com o freio traseiro proibido) que torna IMPOSSÍVEL conclui-lo em uma moto de grande porte. A solução “genial” encontrada é utilizar uma 125 cc. Após a aprovação no exame o cidadão está autorizado a pilotar qualquer moto e qualificado a exercer a função de motociclista profissional. É mais ou menos como quem tira sua carteira de motorista em Fusquinha e já pode sair dirigindo taxi, ônibus interestadual com 50 passageiros ou mesmo um “treminhão” de 70 toneladas.

2) As moto-escolas não ensinam absolutamente nada pois a prioridade é preparar alunos para completar o circuito do Denatran, ainda que sub-utilizando os recursos da moto. Aspectos como a correta utilização dos freios, manobras em baixas velocidades e grandes inclinações, contra-esterço, importância do olhar e da respiração na pilotagem, regulagem da moto segundo o biotipo do piloto (banco, comandos, para-brisas, etc), vestuário, etc... são práticamente ignorados.

3) Por outro lado, os próprios motociclistas são, muitas vezes, avessos a novos ensinamentos, afinal são habilitados; pilotam há vários anos; inúmeras quedas e incontáveis cicatrizes, exibidos orgulhosamente, dificultam o reconhecimento de deficiências em fundamentos de sua pilotagem. Manter um programa de treinamento é algo impensável para a grande maioria. Assumir a responsabilidade por suas lambanças procurando descobrir onde errou para corrigir é algo não muito comum.


Não me conformo quando tomo conhecimento de acidentes com um dos nossos, é como se fosse com um dos meus filhos ou com meu irmão. Fico arrasado. De qualquer forma acho que podemos reduzir em muito esses números. Comecemos deixando a arrogância, as desculpas e os resmungos de lado fazendo uma auto-crítica de nossa pilotagem, principalmente das situações de risco já vivenciadas e como evita-las no futuro. É de grátis e pode salvar nossas vida.


Abração,

Hélio Rodrigues Silva 14/04/2011

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