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segunda-feira, 25 de novembro de 2013

A dificuldade em aceitar novos conhecimentos

 
Por quê a resistência em admitir que existem aspectos de nossa pilotagem que podem ser melhorados e, em conseqüência,  abrir nossas mentes a novas técnicas e ensinamentos ?
Desconfio que essa mentalidade deve-se à nossa formação como motociclistas. De um modo geral (em cerca de 85 % dos casos),  o primeiro contato com as duas rodas foi a bicicleta da infancia que, na base de tentativa e erro e a custa de muitos arranhões, conseguimos conduzir. Depois disso, na maioridade, veio o automóvel, onde aprendemos o que é embreagem, cambio, freio e acelerador. Quando pela primeira vez nos deparamos com uma moto, misturamos os conhecimentos ciclísticos com o automobilístico, geralmente em uma moto de baixa cilindrada, que a quase tudo perdoa, e saímos por ai impressionados com nossa espantosa capacidade de adaptação, culminando com a aprovação na ridícula e insensata prova do DENATRAN.  A terrível consequência é que os novos motociclistas, antes de mais nada, não sabem utilizar os freios já que trazem as seguintes memórias que não se aplicam a motocicletas:

a) automóveis - utilizar o pé direito para acionar o freio   em caso de emergência.

b) bicicletas - evitar freio dianteiro da bicicleta em velocidade por medo de que ela capote.

Esses hábitos :  o medo de utilizar o freio dianteiro conjugado com a utilização do pé direito (que aciona o freio traseiro da moto) em situações de emergência ou em velocidades mais altas são responsáveis por grande parte dos acidentes de moto.

        Sustos, tombos, colisões, ferimentos e cicatrizes passam a fazer parte do cotidiano do motociclista e tudo, claro, por culpa dos outros: ou do pedestre, ou da estrada, ou dos pneus, ou dos motoristas, ou do tempo, ou da chuva, ou de qualquer outra coisa, jamais do próprio motociclista. À medida em que o tempo vai passando as cicatrizes de acidentes, consideradas verdadeiras condecorações, são orgulhosamente exibidas para os novatos.
A simples sugestão de algum tipo de curso ou treinamento é recebida com um sorriso de desdém e a famosa frase: “-Piloto motos há mais de 30 anos, tenho mais de 30 tombos e, além de não ter mais nada a aprender, estou muito velho para mudar a forma de pilotar”. Claro que os novatos são influenciados por esses veteranos, chamados de “mestres”,   tornando-se também refratários a qualquer tipo de ensinamento, adotando uma postura arrogante e auto-suficiente além de desenvolver uma incrível capacidade de atribuir a responsabilidade de seus erros a terceiros.
Não leve muito a sério os conselhos para subir na moto rodar, rodar e rodar que é assim que se aprende a pilotar uma motocicleta. Um dia desses vi alguém sugerir a um novato: ”-Você quer aprender a pilotar moto ? Compre uma 150 cc de segunda mão, uma boa roupa de couro e rode até o motor explodir”. A experiência, claro, tem o seu valor mas se você não souber o que está fazendo vai ficar repetindo erros e, o que é pior, criando vícios de pilotagem dificílimos de retirar.
O tamanho da moto é irrelevante. Fundamental é aprender de forma correta: conhecendo e praticando, sob orientação de alguém habilitado para tal, técnicas e procedimentos de pilotagem que serão utilizadas no transito e em estradas; em baixas, médias e altas velocidades.

Motocicletas tem o comportamento muito parecido com o de um avião. As forças que atuam na curva de uma moto são as mesmas que atuam na curva de um avião.  Por quê a aviação é considerada o meio mais seguro de transporte ? Porque os pilotos estão em treinamento constante, preparados para qualquer emergência através de prática em simuladores onde são testados em todas as situações possíveis e imaginárias. Por outro lado se for perguntado aos caros leitores quando foi a última vez em que, com suas motocicletas, foram para um local adequado e praticaram 15 minutos de freadas de emergência, desconfio que as respostas tenderão a zero.

Gato Cansado – junho de 2010
(atualizado em novembro 2013)


 

domingo, 24 de novembro de 2013

A MARCHA PARA O OESTE - Resumo






A MARCHA PARA O OESTE -  Resumo

Se me perguntassem no início acreditar que passaria por todos os lugares pelos quais passei, imediatamente diria que não. Até agora estou processando e a ficha só começou a cair na Florida...
quando o Rodrigo Cabral falou-me que, provávelmente, estive em mais estados americanos do que a maioria dos que aqui residem. 

Ao todo foram 25 estados, sendo que em 2, Montana e Alabama, as distancias percorridas foram muito pequenas.
A relação e a sequencia da passagem pelos estados (em alguns entrei e sai 2 vezes) foi a seguinte:
1  - Virginia
2  - North Carolina
3  - Tennessee
4  - West Virginia
5  - Kentucy
6  - Missouri
7  - Oklahoma
8  - Texas
9  - New Mexico
10- Colorado
11- Utah
12- Arizona
13- Nevada
14- California
15- Idaho
16- Wyoming
17- Montana
18- South Dakota
19- Nebraska
20- Kansas
21- Arkansas
22- Mississippi
23- Louisiana
24- Alabama
25- Florida

Algumas das fotos feitas nas divisas (só deixei de fotografar 4 por falta de acostamento)








Além do aprendizado que uma viagem como essa proporciona, o mais especial foi conhecer pessoas maravilhosas que, destituidas de  preconceitos de qualquer natureza, tratavam-me como irmão. Esse foi, na minha opinião, o maior retorno que alguém, longe de seu país, poderia ter.  O carinho e a atenção com que todos me cercavam deixavam-me emocionado e acreditando no ser humano.
Não tenho fotos de todos com quem, por um momento que seja, estabelecí relações fraternais mas todos passaram a fazer parte de minhas melhores lembranças:













O privilégio de ter acesso a locais maravilhosos tornaram, a mim e à Helô, parte integrante de verdadeiros cartões postais:














Para aqueles que gostam de números, comprei a moto, a quem dei o nome de Helô, com 36.300 milhas em maio de 2013 na cidade de Fairfax (Virginia) e quando terminei a viagem, em 13 de setembro, ela tinha rodado 12.040 milhas, isso representa cerca de 20.000 Km.  Quase não pegamos chuvas mas em compensação as temperaturas eram altíssimas chegando a 45 gráus nos desertos de Mojave e de Nevada o que causava um desgaste físico tremendo, obrigando-me a começar a viagem bem cedo e a partir das 10 horas parar com uma frequência maior para descanso e hidratação.






Sinceramente e sem nenhuma falsa modéstia, não penso que tenha realizado nenhuma façanha merecedora de registros além desses que posto para minha família e meus amigos, afinal de contas a única coisa que fiz foi pilotar uma motocicleta maravilhosa que, como já falei anteriormente: é a melhor coisa que se pode fazer vestido.




quinta-feira, 12 de setembro de 2013

A DESPEDIDA DA HELÔ - Winter Garden (FL)

13 de setembro de 2013




Minhas andanças pelas estradas da vida ensinaram que as despedidas, apesar do aperto no coração, marcam apenas o início da contagem regressiva para um ansiado reencontro. E foi assim, com a alegria de reencontrar meu amigo Rodrigo Cabral que comecei a me preparar para despedir-me da Helô, a fiel e perfeita parceira de uma tournê de 20.000 Km onde cruzamos 25 estados desta grande nação. Encontrei pessoas de vários países que me trataram como irmão. Os americanos, desmentindo a fama de formais e distantes, envolveram-me de atenção e carinho que deram início a grandes amizades. Eu já estava com hotel reservado em Orlando mas o Rodrigo De Rezende Cabral me fez cancelar a reserva e instalou-me como se eu fora um príncipe. Não tenho palavras para descrever como fui recebido, nunca vou esquecer de cada uma dessas pessoas: Rodrigo De Rezende Cabral e Flavia, Cristiane e Bob, Odete e Dan, Jeremy , Brittini Kynaston Gehring, Mark Edward Bratcher e muitos outros de quem não me recordo ou nem mesmo sei o nome. Pessoas que tiveram cuidado comigo, um me dando uma garrafa de agua gelada, o outro me dando um colar gelado para hidratar o pescoço, a turma de Barcelona preocupada com minhas queimaduras de sol, e muitos outros exemplos da mais pura e desinteressada fraternidade.
Hoje é meu último dia com a Helö, levei-a para trocar o óleo e dar uma volta aqui em Kissimmee, cidade que me traz grandes recordações. Quando cheguei o Rodrigo falou-me num pequeno aeródromo onde existe uma espécie de museu com aviões da II Guerra e da existência de um biplano que faz voos panoramicos. Perguntei como era o biplano e a cada detalhe eu ficava mais emocionado. Em 1993 estive aqui em Kissimmee, com a minha amada Iôla na primeira e única viagem que fizemos juntos fora do Brasil e ela quis voar naquele biplano. Embora tivesse apenas duas carlingas (uma era do piloto e a outra do passageiro), o piloto topou que eu e ela nos espremessemos na carlinga da frente (tenho isso filmado), e assim realizamos nosso voo de sonho. Eu estava com tudo isso na cabeça quando parei com a Helô. Ouvindo o som de um motor de avião  pensei: "- Será que é o nosso biplano ?". Olhei para cima e não consegui identificar o modelo do avião mas isso não teve a menor importancia pois o que ele escrevia no céu era, para mim, um recado lembrando que a dor da separação não é maior do que a certeza do reencontro.



Winter Garden. Aqui a Helô, estacionada na garagem do Rodrigo, aguardando meu retorno em 2014. Enquanto isso o Rodrigo vai mante-la em atividade pois é um crime deixar uma moto com a personalidade e o caráter da Helô invernando como se fora um urso....


 

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

O CAMINHO DE VOLTA - Live Oak - Winter Garden

Live Oak  -  Winter Garden     11 e 12 setembro 2013
 
 
Seguindo as dicas do Rodrigo resolvi ir de Live Oak a  Winter Garden via Saint Augustine e Daytona Beach ficando um dia em cada uma. Foi uma decisão das mais acertadas pois a primeira cidade é um verdadeiro museu ao ar livre e Daytona Beach, além do belíssimo litoral ainda tem o Daytona International Speedway e, além disso, uma das maiores concessionárias HD que já conheci  ao lado de uma enorme JP Cycle. Uma verdadeira festa para quem curte.
 
SAINT AUGUSTINE (Florida) a 48 milhas de Daytona Beach.
Uma das cidades mais bonitas que já ví, conseguindo modernizar-se sem agredir suas origens. Dá vontade de ficar passeando a pé, e tirando fotos, o dia inteiro.
 
Foto de Helio Rodrigues Silva.
 
Foto de Helio Rodrigues Silva.
 
Foto de Helio Rodrigues Silva.
 
Foto de Helio Rodrigues Silva.


Flagler College 
 
A preservação do passado é a base onde será construido o futuro. As duas primeiras fotos mostram identicas construções em formato de varanda que fazem parte do projeto arquitetonico do colégio. O da segunda foto está passando por uma restauração e seus corrimãos e balaústres podem ser vistos separados e numerados aguardando a restauração para voltar ao local de origem na posição exata. 
 
Foto de Helio Rodrigues Silva. 



















 
Foto de Helio Rodrigues Silva.
Foto de Helio Rodrigues Silva.
 
 
 
 
Flagler College - esse colégio, no centro da parte histórica da cidade, tem um belíssimo campus que se integra perfeitamente com as edificações e com o meio ambiente.
 




Foto de Helio Rodrigues Silva.
 
 
Foto de Helio Rodrigues Silva.





Foto de Helio Rodrigues Silva.
 
 
A influencia espanhola na cidade é muito forte como se percebe na arquitetura (lá vou eu me meter onde não entendo nada) , nos nomes de ruas, de restaurantes e na culinária.

Foto de Helio Rodrigues Silva.

Estacionada no patio do Flagler College. Essa foi meu sonho de consumo quando comprei a Vulcan Classic 800. O manual do proprietário era comum às duas e quando ví a foto da Drifter endoidei. Um dia, quem sabe ?
Foto de Helio Rodrigues Silva.


Campus do Flagler College. Até eu ACHO que estudaria num ambiente desses escapando da minha sesquipedal ignorancia. (Acho essa palavra linda, parece coisa de bicicleta).
 
 
Castillo de San Marcos - este forte data de 1672 e foi construido pelos espanhois dominando a Matanzas Bay de onde poderiam resistir aos ingleses. E realmente, o forte jamais caiu ainda que sofresse um cerco por meses dos ingleses, até que reforços espanhois vindos de Cuba fizeram os ingleses se retirar.

 
 
Foto de Helio Rodrigues Silva.
 
Essa Drugstore preservada mantém nas prateleiras as drogas originais bem como poções, perfumes e outros venenos da época. Lembro especialmente do Cashmere Bouque, da 2a. foto, que pegava escondido das tias (em Guiricema) para passar na suvaqueira.
 
Foto de Helio Rodrigues Silva.

Daytona Beach - I-95 EXIT 289  (Florida)
 
É aqui que fica o maior dealer Harley Davidson que eu já vi (pode ser que existam outros mas não conheço). Na realidade é um centro comercial com restaurantes, lojas e um hotel (claro que vou ficar hoje por aqui) e uma JP Cycle quase tão grande quanto a Harley. A HD está com uma Road King Police Model 2013 (zero) com preço promocional: 15.000 obamas e isso está tirando meu sono !!!!!! Olha duas fotos dela aí em baixo. Vou lá namora-la.
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Foto de Helio Rodrigues Silva.
 
Daytona Speedway

O passeio de trenzinho pelo Daytona International Speedway  vale a pena pois além de conhecer todas as instalações e ter uma noção do tamanho do complexo (que está sendo ampliado !) podemos ver de perto a inclinação das curvas. A suspensão dos carros deve sofrer uma barbaridade naquelas inclinações absurdas.






 Depois de dar um couro nos velhotes daqui reservaram o lugar mais alto do pódio para tio Hélio, logo depois a Danica veio me parabenizar. Só falta colocar meu nome junto aos grandes da minha época.


Foto de Helio Rodrigues Silva.