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quinta-feira, 16 de julho de 2015

UM VELHOTE DE MOTO NA EUROPA - 43



BAD RAGAZ – MULHOUSE

16 julho 2015 



Sai de Bad Ragaz por volta das 10 da manhã, a idéia era atravessar a Suiça e entrar na França pela Basileia (Basel para os mais viajados, o que não é o meu caso). O GPS foi me presenteando com estradas espetaculares, uma pena eu não poder parar a todo momento para fazer as fotos de praxe (o tornozelo incomoda um pouco). De qualquer forma, alguma coisa eu consegui, até mesmo a enfermeira sueca se exercitando. 















O maior problema foi que o Tomtom me fez atravessar Zurich de cabo a rabo, às 13 horas, com um calor senegalês e, ao final, todos os acessos à rodovia fechado por obras. 

Foi terrível, até que parei ao lado de um peão e perguntei a ele como fazer para sair dali (o inglês nessas horas brota, naturalmente entremeado com alguns putaquiupariu, etc). O cara me mandou seguir para uma cidade (ou bairro) chamado Watt, pegar a direita e sair seguindo umas pequenas setas laranja indicando "Dielsdorf" por uns 3 Km e iria encontrar um trevo onde deveria pegar o sentido Basel (como entendi isso é coisa de São Cypriano).

Pronto, perfeito, apesar do Tomtom ficar alucinado e me mandar para tudo quanto era lado. Ignorei-o e consegui sair da enrascada. 


Em Mulhouse fui direto para o a Cité de l'Automobile mas, sinceramente, me decepcionei. Meu sonho era conhecer a coleção de Bugattis (e apenas Bugattis - chegaram a ter 300) dos Irmãos Schlumpf e acabei vendo Dauphine, Tatra e umas aberrações que mereciam estar num desmanche bem muquirana. 

A história desses 2 irmãos é incrível, um deles cuidava dos negócios (indústria textil) e o outro de dilapidar o patrimônio e o caixa da emprêsa comprando Bugattis em qualquer parte do mundo. 

Eles prepararam um local luxuosíssimo, sob a fábrica, onde restauravam e expunham os carros apenas para eles mesmos. Ninguém tinha acesso e até a quantidade de carros era ignorada. 

No final dos anos 60, a indústria textil deslocou-se para a Asia e os negócios entraram em decadencia. 

Salários e pagamentos de fornecedores começaram a atrasar até que funcionários em greve descobriram o "museu secreto". 

Eles mantiveram os irmãos presos na fábrica por uma semana precisando a polícia solta-los e, claro, eles fugiram para a Suiça (eram suiços). 

Os trabalhadores junto com Associações de automobilismo, governo e outros dinossauros resolveram abrir o museu ao público para ressarcimento de direitos trabalhistas. Foi um sucesso de público mas o governo resolveu vender as melhores peças e se ressarcir de tributos sonegados. Os trabalhadores ficaram chupando dedo, como sempre. 

O museu hoje parece que é gerido pelo estado. As teias de aranha no painel da entrada já dizem tudo. A administração é amadorística, sem temática e sem a menor lógica na distribuição dos espaços, um acervo misturando Ferrari F40, Renault Dauphine e um Tatra no mesmo espaço, fora o resto. 

O que se salva mesmo são as 6 Bugattis Atalante a Royale e alguns clássicos como Bentley, Rolls, Mercedes Asa de Gaivota e mais uns poucos do mesmo naipe. Até mesmo a enorme Bugatti La Royale conversível é uma réplica. Réplica por réplica sou mais o meu Cobra, pelo menos anda e tem som de carro de macho.

Atrás do museu, tem uma pista onde você paga 300 euros para dar 4 ou 5 voltas em uns carros dos anos 60: Triumph Spitfire, Jaguar XK-150, MG Midget, Ferrari, etc...





















Reparem como estava inchada minha perna direita, não conseguia nem amarrar o tênis. Só descobri que tinha fraturado a fíbula e uma costela quando cheguei em Cabo Frio - pilotei assim por 1.000 Km (de Lasa a Paris) mas valeu a pena, sempre vale.



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