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quarta-feira, 5 de junho de 2013

AV. GERIÁTRICAS II – Passeios "coxinha"



Finalmente o Cyro ficou legal da gripe e começamos por fazer um passeio a Orange City mas não pelas retas, largas  e monótonas estradas  indicadas pelo GPS, isso é coisa para fracos. Ano passado descobrimos, nos perdendo e nos achando um sem número de vezes, estradas vicinais que cortam a região de fazendas entre Charlottesville e Orange em várias direções mas existe uma, em especial, que virou nosso parque de diversões. Ela tem  apenas uma pista de mão dupla, estreita, sem acostamento , e sem marcação no asfalto mas com  curvas para todos os gostos. De vez em quando uma ponte para apenas um veículo, antes ou após  uma curva fechada.  Não  raro nos deparamos com tratores e outros tipos de máquina agricolas tornando-a  tão emocionante quanto o Rabo do Dragão. Eu sempre perguntava o que ele faria se  saisse da curva e desse de cara com um carro no meio da ponte. A resposta, meio a sério meio a brincadeira, era sempre a mesma: “- Me jogo dentro dágua” pois imaginavamos que por trás daquela cerquinha de madeira houvesse um rio correndo sob a ponte. Até que um dia, passando com a Van da filha descobriu que era uma linha férrea debaixo da ponte. Ele iria mergulhar diretamente na caldeira da Maria Fumaça.

 
 

Estas estradinhas cheias de curvas fechadas e com pouco transito são ideais para praticar os procedimentos de uma boa pilotagem em curvas: olhar no ponto à frente onde voce desja que a moto passe; redução de marchas levando o motor a um regime de, no mínimo, 3.000 RPM; leve pressão, para a frente, no punho do lado interno da curva provocando o contra-esterço;  joelhos colados ao tanque de gasolina; pé direito firmemente apoiado na plataforma; pé esquerdo com o calcanhar na plataforma e a ponta do pé levemente apoiada no pedal de cambio; mão direita totalmente no acelerador que, preferencialmente, deve estar completamente fechado no início da curva e suavemente acionado ao seu final; mão esquerda no punho com 2 ou 3 dedos “cobrindo” a manete da embreagem, pronto para fazer uma redução de marcha “dentro”da curva em caso de precisar reduzir mais ainda a velocidade da moto, para isto basta fechar o punho do acelerador pois o “freio motor”se encarrega de reduzir drásticamente a velocidade com total segurança mantendo o pneu traseiro tracionado e com aderencia, ao contrário do que aconteceria se voce utilizasse o freio. O único cuidado com essa manobra é para realiza-la com rapidez porém sem perder a suavidade, usando meia embreagem e dando uma certa aceleração ao motor no momento de soltar a embreagem,  do contrário há o risco da roda traseira dar uma pequena travada o que acarreta um pequeno susto no piloto desavisado.

Como voces podem notar é um monte de informações ao mesmo tempo, ainda por cima  descritas por um péssimo aluno de portuguës. O ideal é que alguém com prática e com uma boa didática nos oriente e a execute à nossa frente para que observemos. Depois invertem-se as posições para que o instrutor observe e  critique nosso desempenho.

Um dia, após um churrasco com o Drew ( o cara que me vendeu a Helo) resolvemos convida-lo para  o passeio. No melhor da festa descobri que a bateria de minha moto tinha ido para o “vinagre”. A Helo pegou no tranco e consegui chegar até uma cidadezinha próxima e entrar no estacionamento de uma floricultura. O dono ameaçou chamar a polícia quando viu 3 motoqueiros “malvadões” invadindo seu estacionamento. Após acalma-lo conseguimos rebocar a Helo para a concessionária HD em Orange para trocar o “estator”. Não tive alternativa senão voltar na garupa da Sabrina Sato com o Cyro fazendo um monte de presepadas para me impressionar. Mal sabe ele que um artista não se impressiona com facilidade. Enquanto vinhamos pela estradinha ele levava a pobre da Sabrina a bailar como uma alucinada mas nada de raspar a pedaleira. Acho que ele ainda estava se adaptando à nova configuração da moto, afinal eram mais 90 Kg sobre a roda traseira. Quando encaramos o transito da cidade parece que ele finalmente pegou a “mão” e começou o festival de raspadas de pedaleira  e de escapamento para espanto dos motoristas que vinham atrás ou ao nosso lado. Interessante como voce não se preocupa com isto quando percebe que o piloto sabe o que está fazendo. Algumas caronas que peguei, a 5 Km/h, me causaram muito mais preocupação do que andar a 80 milhas/h de carona com o Cyro, tirando o receio da gozação dos adversários.

 
 
 

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