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quinta-feira, 5 de setembro de 2013

O CAMINHO DE VOLTA - Baton Rouge - New Orleans

Baton Rouge (LA)  -  New Orleans (LA)  5 de setembro de 2013
 


 O trecho de hoje era o mais curto e aparentemente o mais tranquilo, cerca de 70 milhas em uma Highway praticamente sem curvas e que tem os pantanos do Delta à direita e o Lake Pontchartrain à esquerda. A região dos pantanos, inóspita para quem não a conhece muito bem, era o habitat dos índios seminoles. Quando escravos fugitivos eram encontrados pelos índios estes os incorporavam à tribo (provávelmente para aumentar o número de guerreiros) e eles, ex-escravos, assumiam hábitos e costumes dos seminoles. Como resultado existem tribos negras na nação seminole. Curiosamente eles não se casam com os de outras tribos e se consideram índios e não "afro-descendentes". Mas esse é outro assunto, voltemos ao nosso tema: como eu ia falando, parecia que seria "mamão com açucar" mas de repente o tempo fechou. Parei para botar a indumentária de chuva e logo em seguida abriram todas as torneiras do céu. Imaginem uma chuva torrencial, com transito pesado, chegando a New Orleans e precisando ver no sinistro GPS (a louca que fica berrando "Wrong way" estava muda de medo) o caminho para o hotel adredemente (essa foi florida...) reservado. Graças a São Cypriano, padroeiro dos motociclistas septuagenários, a chuva deu uma melhorada e conseguí achar o caminho. O único problema é que a Helö ficou muito assanhada e  passou a dar umas "reboladas" que me espantavam. Pensei logo que exagerei ao "firmar o caráter" hoje pela manhã ou era pneu vazio. Mas não foi nada disso. Os sacanas aqui tem bondes e parece que os trilhos na chuva escorregam um pouco deixando a Helö nervosa  e seu piloto apavorado.



                        
 Naturalmente, depois de me certificar que a Helö iria ficar estacionada numa vaga coberta e às vistas do Valet (estou em um hotel que tem essas bossas, meus filhos vão ficar de cabelo em pé com a fatura do cartão de crédito). O valet é filho de protuguës mas não fala nada do idioma, por outro lado ele tem uma Guzzi 750 1974 e acabamos batendo um longo papo para desespero do gerente. O hotel fica a menos de 500 m da Bourbon. Aproveitei e dei uma caminhada para verificar se ainda existia algum vestígio do Katrina mas que nada, está igualzinho à última vez em que estive aqui em 1993. Embora cedo já existia movimento e música. Em alguns bares conjuntos preparando instrumentos, em outros ensaiando alguma passagem e em muitos a música, e a bebida, rolando direto. Decadentes são as casas de strip-tease, juro que as mulheres parecem as da minha época (que já não eram lá grandes coisas). Dizem que uma delas, que tira uma  peça de roupa a cada nota que jogam no palco, quando algum engraçadinho joga uma nota de 1 dólar ela de sacanagem tira a dentadura. De qualquer forma, apesar das piadas e gozações essa sempre foi a face deprimente do French Quarter.



 

 Em frente a um dos endereços mais cobiçados pelas "patricinhas" e pelos "coxinhas" apenas para passar batido dando total desprezo. Se voce está no Delta do Mississipi, logo após a última curva do rio, voce tem mais ...é que mergulhar de cabeça no French Quarter e curtir esse local onde a música e a boemia marcaram encontro no início dos tempos. Se puder registrar esse momento entre tres grandes do Blue, como "Fats" Domino, Al Hirt e Pete Fountain melhor ainda.



 Depois da caminhada bateu a vontade de "matar" umas ostras no "Fish Market". Claro que acompanhadas por cerveja pois esse negócio de combinar bebidas é para fracos, ainda mais se for vinho branco. Se ainda fosse um "Sangue de Boi" vá lá mas vinho com nome frances é coisa de proprietários de uma certa moto européia cuja maioria é educadíssima e verdadeiros gentlemen, ao passo que nós...... é aquela vergonheira de sempre..... na base do "Conosco ninguém fodosco !"


 
 
 


2 comentários:

Anônimo disse...

Te acompanhar por esse blog é mesma coisa que estar junto com você nessa aventura,e obrigado por nos contar as histórias de todos os lugares. Um forte abraço Leonardo pres. Asas da liberdade Mc cabo frio

Helio R. Silva disse...

Grande Leo,
para mim é um prazer compartilhar com amigos e irmãos motociclistas as minhas viagens. Quanto ao Asas da Liberdade, tive o privilégio de representa-lo em momentos marcantes, conforme fotos em posts de agosto 2013 da "A Marcha para o Oeste".
(Las Vegas - Barstow de 14 ago 2013) Na antiga Rota 66.
(Buffalo - Rapid City de 22 ago 2013) Em Sturgis, um dos templos do motociclsimo mundial .
Grande abraço...