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quarta-feira, 3 de agosto de 2016

CANADA E ALSKA DE MOTO - 29


DAWSON CREEK (BC) – EDMONTON (AB)
3 agosto 2016

Como já sabíamos, esse negócio de “high speed wi-fi”  por essas bandas é balela. O Filipe deixou o celular subindo um vídeo a noite inteira e hoje pela manhã ainda faltavam quase 50 %. Percebemos que o sinal na recepção, onde é servido o desjejum meia-bôca, é muito melhor do que nos quartos. Enquanto engolíamos a gororoba Felipe monitorava o celular e viu como melhorou o desempenho. Como ainda tínhamos tempo de sobra ele falou com o Tailandês que iria deixar o celular no balcão terminando de subir o arquivo e voltaria em 20 minutos para pega-lo pois o sinal da internet estava muito melhor ali do que no quarto. O tailandês a tudo ouvia com cara de inteligente, o que me preocupou bastante.
Quando o Felipe colocou o celular sobre o balcão e ia saindo ele mandou esperarmos,pegou um papel adesivo, colou na tela do celular e escreveu o número do quarto em cima da tela. Eu comecei a desconfiar que ia dar merda. Ele abriu uma gaveta enorme e tirou uma pilha de fichas de registro antigas e procurava sempre o número de nosso quarto. Não adiantava dizer ao puto do tailandês que tínhamos chegado ontem. Ele fazia cara de quem está comandando a situação mandava-nos esperar. Finalmente achou uma ficha de fevereiro e falou que iria chamar a polícia !
A vontade de dar-lhe um "hane goshi" e finalizar com um "barai" nos peitos, como nos velhos tempos,  só não foi consumada porque tenho certeza de que não alcançaria o peito do desinfeliz, apesar de ser baixinho. Talvez dar-lhe o desmoralizante “tapa de estalo”  chamasse-o à razão, quem sabe? Enquanto eu pesava as alternativas ele repetia como um papagaio: “Chamar polícia, polícia resolve, polícia sabe”  Quando o Filipe disse que o celular era dele o sacana duvidou e ai foi a vez do Filipe arrancar o celular da mão dele, procurar uma foto, colocou o celular exibindo a foto ao lado do próprio rosto perguntando: “Do You know Who is He !”. Ele ficou com uma cara desalentada e balbuciou: “You, You” e ficou parado vendo sua tese mirabolante ir para a casa do cacete.
Saimos dali rapidinho e quando já estávamos na moto para sair ele veio correndo, entregou 3 bananas e um saco de doritos para o Filipe. Céus, quanta confusão esse louco já deve ter aprontado !

No final demos boas gargalhadas com a história e, para variar as bananas estavam passadas, impróprias para consumo humano mas não para dois esfomeados motociclistas depois de 250 Km sem parar debaixo de sol. Principalmente depois de pararmos para fotografar uma fazenda de caribus que, dizem, dá um churrasco maravilhoso.

Abastecemos e  seguimos para a última “perna” de nosso objetivo: Edmonton.
Olhávamos de quando em vez para cima e meio à nossa esquerda onde uma nuvem cinza, que nos acompanha desde Prince George, parecia estar nos procurando. Em pouco mais de 10 minutos nos achou. Foi o tempo exato do Filipe se fantasiar de Capitão Sujeira vestindo a roupa de chuva e as polainas cravejadas e incrustadas do barro de Prudhoe Bay e adjacências. Uma coisa de chamar a atenção e com o poder de, em pouco tempo, espantar a chuva. Porém, até espantar a chuva, abriram a torneira por 15 a 20 minutos que encharcaram minha calça jeans (perdi a calça impermeável, para variar).
Chegamos a Edmonton depois de 630 Km rodados, procuramos e achamos a Harley, onde Filipe vai comprar óleo e eu trocar o da Helô e dali partimos para um McDonalds. Sentamos do lado de fora, sem comprar nada, entramos no Hotels.com e achamos um hotel próximo a 74 dólares canadenses. Com café da manhã decente (se é que pode se chamar bacon frito de decente), wi-fi excelente (para padrões canadenses) e um quarto excelente com máquina de café expresso inclusive.

Amanhã vamos a Harley e lá desfazemos a dupla, Fiipec segue para Sturgis e eu fico mais um dia colocando as postagens em dia e traçando meus planos para Jasper e Banff, depois disso a possibilidade de descer a California entrando na Terra de Marlboro por Seatle.











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