PASSEIO BÁSICO EM INDIANÁPOLIS.
Indianápolis (IN) - 12 junho 2018
Indianápolis (IN) - 12 junho 2018
Fiquei mais um dia em Indianápolis para resolver o problema das roupas que precisavam ser lavadas. Um hotel sem máquina de lavar e outro com as máquinas quebradas levaram-me a ponto de romper o precário equilíbrio ecológico do planeta. Ou lavo essa roupa ou compro um enxoval completo, e isso no dia dos namorados. O que iriam pensar os gringos me vendo comprar calças camisas e cuecas masculinas no dia de hoje ! Naturalmente iriam perguntar se era para presente.... Sem chance, a essas alturas do campeonato não dá para facilitar. Perguntei a senhorinha na recepção do hotel onde encontraria uma "laundry", ela falou para eu deixar a roupa que ela mesmo lavaria.
Pronto, ganhei o dia, agora era descobrir onde fica o IMS (Indianapolis Motor Speedway) e conhecer o local da vitória de Emerson (sempre abrindo caminhos, assim como Landi) nas 500 milhas mais famosas do mundo.
GPS programado e lá fui eu, reduzindo as 15 milhas de distancia na mesma proporção que aumentava a ansiedade pelo encontro com o solo sagrada da Indy. Palco de vitorias heroicas de meu primeiro ídolo no automobilismo: Bill Vukovich. Eu, sempre com a mania de ler tudo que via pela frente, em 1953, aos 12 anos de idade, tomei conhecimento dessa vitória e como ela se deu. Pronto, o cara virou meu ídolo e o automobilismo, que já estava na veia, ocupou um espaço semelhante ao futebol. Como no Brasil o automobilismo era incipiente e muito amadorístico, passei a acompanhar corridas internacionais como podia: jornais e revistas velhas. Nomes como De Portago, Fangio (que vi correr na Quinta da Boa Vista), Caracciola (que era alemão apesar do nome), Moss, Pintacuda, Nuvolari e outros, muitos outros, povoavam minha imaginação. As informações sobre a Indy só chegavam por ocasião das 500 milhas e no ano seguinte, 1954, Bill Vukovich ganhou novamente e se tornou, na minha então abalizada opinião, o maior piloto de todos os tempos. Como eu dizia, a ansiedade ia crescendo à medida que eu me aproximava e devo dizer, a visão do complexo de Indianapolis Motor Speedway e de impressionar até mesmo aos americanos, que dirá um simples Gato Cansado. Tudo muito bem organizado a começar pelas avenidas no entorno, permitindo um acesso rápido ao interior do oval através de uma passagem sob a pista. A visão do prédio que abriga o Hall of Fame e o Museum já nos deixa com os batimentos cardíacos nas alturas. A decoração e o paisagismo bem de acordo com o ambiente, esculturas em concreto de carros que marcaram época, um deles o Coyote da lenda A. J. Foyt.
Mas não adiantava ficar olhando, o negócio era entrar, atravessar as lojinhas que vendem lembranças sem olhar para os lados e ir direto ao Museum (10 doletas). Carros vencedores das mais diversas épocas, entre eles o de 1911. Uma verdadeira relíquia.
Uma particularidade que não me passou desapercebida foi a ênfase que é dada aos carros e construtores, os pilotos ficando em segundo ou terceiro plano. A única exceção era a família Unser que tinha até mesmo uma ala só deles, afinal são os maiores vencedores das 500 milhas e, acredito, um dos maiores mecenas do museu. Sim, mecenas pois não há dinheiro público, os carros são doados e muitos são restaurados a partir de restos encontrados após longas peregrinações da equipe do museu e com contribuições espontâneas e leilões beneficentes de peças de arte doadas. Difícil para nós acreditarmos no poder de engajamento do cidadão americano.
No momento estão restaurando a Lotus com que Jim Clark correu em Indianapolis pela primeira vez revolucionando a Indy em definitivo com um carro levíssimo e motor traseiro. Os americanos enlouqueceram quando viram o carro com sua aparente simplicidade projetado pelo genial Colin Chapman.
"Se você quer velocidade nas retas aumente a potência, se você quer velocidade no circuito inteiro reduza o peso" dizia Chapman. E ele levou este conceito às últimas consequências angariando, para a Lotus, a fama de carro frágil e perigoso para os pilotos.
Pronto, ganhei o dia, agora era descobrir onde fica o IMS (Indianapolis Motor Speedway) e conhecer o local da vitória de Emerson (sempre abrindo caminhos, assim como Landi) nas 500 milhas mais famosas do mundo.
GPS programado e lá fui eu, reduzindo as 15 milhas de distancia na mesma proporção que aumentava a ansiedade pelo encontro com o solo sagrada da Indy. Palco de vitorias heroicas de meu primeiro ídolo no automobilismo: Bill Vukovich. Eu, sempre com a mania de ler tudo que via pela frente, em 1953, aos 12 anos de idade, tomei conhecimento dessa vitória e como ela se deu. Pronto, o cara virou meu ídolo e o automobilismo, que já estava na veia, ocupou um espaço semelhante ao futebol. Como no Brasil o automobilismo era incipiente e muito amadorístico, passei a acompanhar corridas internacionais como podia: jornais e revistas velhas. Nomes como De Portago, Fangio (que vi correr na Quinta da Boa Vista), Caracciola (que era alemão apesar do nome), Moss, Pintacuda, Nuvolari e outros, muitos outros, povoavam minha imaginação. As informações sobre a Indy só chegavam por ocasião das 500 milhas e no ano seguinte, 1954, Bill Vukovich ganhou novamente e se tornou, na minha então abalizada opinião, o maior piloto de todos os tempos. Como eu dizia, a ansiedade ia crescendo à medida que eu me aproximava e devo dizer, a visão do complexo de Indianapolis Motor Speedway e de impressionar até mesmo aos americanos, que dirá um simples Gato Cansado. Tudo muito bem organizado a começar pelas avenidas no entorno, permitindo um acesso rápido ao interior do oval através de uma passagem sob a pista. A visão do prédio que abriga o Hall of Fame e o Museum já nos deixa com os batimentos cardíacos nas alturas. A decoração e o paisagismo bem de acordo com o ambiente, esculturas em concreto de carros que marcaram época, um deles o Coyote da lenda A. J. Foyt.
Mas não adiantava ficar olhando, o negócio era entrar, atravessar as lojinhas que vendem lembranças sem olhar para os lados e ir direto ao Museum (10 doletas). Carros vencedores das mais diversas épocas, entre eles o de 1911. Uma verdadeira relíquia.
Uma particularidade que não me passou desapercebida foi a ênfase que é dada aos carros e construtores, os pilotos ficando em segundo ou terceiro plano. A única exceção era a família Unser que tinha até mesmo uma ala só deles, afinal são os maiores vencedores das 500 milhas e, acredito, um dos maiores mecenas do museu. Sim, mecenas pois não há dinheiro público, os carros são doados e muitos são restaurados a partir de restos encontrados após longas peregrinações da equipe do museu e com contribuições espontâneas e leilões beneficentes de peças de arte doadas. Difícil para nós acreditarmos no poder de engajamento do cidadão americano.
No momento estão restaurando a Lotus com que Jim Clark correu em Indianapolis pela primeira vez revolucionando a Indy em definitivo com um carro levíssimo e motor traseiro. Os americanos enlouqueceram quando viram o carro com sua aparente simplicidade projetado pelo genial Colin Chapman.
"Se você quer velocidade nas retas aumente a potência, se você quer velocidade no circuito inteiro reduza o peso" dizia Chapman. E ele levou este conceito às últimas consequências angariando, para a Lotus, a fama de carro frágil e perigoso para os pilotos.
Bem, mas vou parar por aqui e deixar vocês verem as fotos em paz. São tantas as histórias sobre automobilismo que ficaria horas falando sobre elas.
A propósito, encontrei o carro do Bill Vukovich e "descobri" que ele morreu nas 500 milhas de 1955 num acidente que envolveu vários carros quando liderava a prova, o que o tornaria tricampeão. Interessante, só fui saber desse acidente agora ao fazer uma rápida revisão nas datas. Acredito que apaguei isso da minha memória em 1955, eu não aceitei a morte de meu ídolo aos 12 anos para, aos 76, em um post para os amigos, homenagear o piloto que continuará sendo um eterno ídolo.
Obrigado e abração a todos.
A propósito, encontrei o carro do Bill Vukovich e "descobri" que ele morreu nas 500 milhas de 1955 num acidente que envolveu vários carros quando liderava a prova, o que o tornaria tricampeão. Interessante, só fui saber desse acidente agora ao fazer uma rápida revisão nas datas. Acredito que apaguei isso da minha memória em 1955, eu não aceitei a morte de meu ídolo aos 12 anos para, aos 76, em um post para os amigos, homenagear o piloto que continuará sendo um eterno ídolo.
Obrigado e abração a todos.
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