TOTAL DE VISUALIZAÇÕES

quarta-feira, 13 de junho de 2018

AMERICAS TOUR 2018 - 11

UMA RECEPÇÃO PARA NÃO ESQUECER....

Indianápolis (IN) - Huntley (IL) 13 junho 2018

Conforme vocês devem ter percebido, tirei um período de férias destas mal traçadas. Não por boniteza mas por precisão. Para curtir, de forma adequada, o carinho e a hospitalidade que a Maggie Reis e o Mark tiveram com este velho cretino (segundo especialistas na matéria: mulheres, claro).
Como essas pessoas surgiram na grande Estrada, que teima em me levar para o futuro em velocidade maior do que a desejada, é uma história que merece ser contada. Paciência pois.
Após o sucesso da viagem do Felipe ao Alaska em 2016, onde peguei uma carona das mais prazerosas, a repercussão no meio motociclístico foi grande e naturalmente estimulou muita gente a realizar seus sonhos, fossem o Alaska ou o município vizinho. Em função disso, algumas pessoas me procuraram para conversar sobre a viagem.
Um dia recebo uma mensagem dos USA da Maggie. Não sabia quem era e logo imaginei alguma multa ou conta que esqueci de pagar (um salutar esporte, praticado pelos Rodrigues Silva com alegria e competência - mas pagamos sempre, acrescidas de multas, taxas e emolumentos). Porém não era nada disso, tratava-se de uma brasileira, motociclista, casada com o Mark, um americano também motociclista, que tinha como sonho vir ao Brasil pilotando sua moto.
Como apenas seus netos apoiassem a ideia ela queria a opinião de alguém com um pouco mais de maturidade (os netos devem ter 4 e 5 anos respectivamente e eu não fico muito longe disso, segundo a oposição).
O fato é que começamos a trocar informações e opiniões e apresentei-a a um grupo fantástico que minha amiga Karen Mcfo e Miguel Urista (do México) criaram, o International Assistance for Motorcycle Travelers. Grupo este que hoje conta com mais de 3.800 membros com pontos de apoio nas 3 Américas, Europa, Asia e Oriente. Provando que independente de religião, idioma, ideologia e outras besteiras que tais, a motocicleta tem um incrível poder de unir e despertar a solidariedade nas pessoas.
A Maggie já entrou em contato com a Karen e começou a perceber que seu sonho é perfeitamente viável.
Como minha viagem estava programada desde que a Maggie entrou em contato comigo combinamos que eu passaria por Huntley para conhece-los e talvez uma cerveja.
Bem, este era o combinado e foi assim que esse casal de motociclistas entrou na minha vida para ficar.
Voltando à narrativa, sai de Indianápolis com a temperatura já bem mais baixa, céu nublado mas sem chuva, o que tornou a viagem bem confortável. Não era muita coisa não, apenas 240 milhas (+ ou - 390 Km) mas atravessar Chicago em obras foi terrível: 40 minutos em meio a um engarrafamento que levou a temperatura da Helô a um nível de fritura d'ovos. Além de tudo rampas fechadas, desvios aloprados e o GPS entrando em "parafuso". A única alternativa era seguir em frente empurrando a moto com os pés, quase sempre, ou em primeira, quando possível.
Com tudo isso, cheguei no horário planejado. Milagre ! Pensei. Não sua besta, diferença de fuso horário.
Mas todas esses perrengues ficaram para trás quando toquei a campainha e a Meggi me recebeu com uma bronca bem humorada: "- Mas que raios de moto é essa que não faz barulho !". Pronto, quebrou o gêlo.. Em seguida mandou-me guardar a moto na garagem e, de forma idêntica à que fui recebida pela minha comadre Odete 5 anos atrás em Oklahoma, ela e o marido me ofereceram uma cerveja gelada para ajudar na caminhada até o "meu" quarto e apresentar-me ao freezer com várias marcas de cerveja. Sinceramente, recepção como esta deveria constar dos melhores manuais de boas maneiras.
Mas as surpresas não tinham acabado. Após um banho que melhorou até a visão da minha conta bancária, fiz a gentileza de colocar uma camisa limpa e me preparar para almoçarmos fora. Mas nãos, nada disso. O Mark convidou-me para uma pescaria no lago aos fundos de sua casa. Isca artificial, molinete desconhecido e lá fui pescar o almoço mas nem arremessar eu conseguia. Comecei a considerar seriamente um Bob's para o almoço até que um aroma bem conhecido começou a invadir Huntley.......FEIJOADA ! Não, devo estar sonhando, depois de séculos (parecem milênios), comendo feijão adocicado dos mexicanos uma feijoada. Só faltava uma caipirinha legítima......faltava, não falta mais. O Mark, conhecedor das coisas, preparou uma caipirinha com cachaça brasileira que não faria feio em nenhum boteco do nosso maltrado Rio de Janeiro. Não faltaram ao encontro o arroz, a couve, a farofa e a pimenta.
Depois disso vocês acham que eu teria inspiração para alguma coisa que não fosse uma boa soneca !
Acabei ficando aqui ontem e hoje, pelo andar da carruagem, também ficarei e saio amanhã bem cedo para evitar o transito de Chicago.
Ontem fomos até a HD de Woodstock, a 2a. maior do USA e de lá um rolezinho até Lake Geneva, onde recebemos os tickets, comandado pela Maggie com sua De Luxe pilotada com garbo e competência.
Quando conversávamos sobre viagens e distancias ela me disse que tinha ido a New York sózinha com a moto.
Quantos dias, perguntei: "Um dia, sai às 5 h e cheguei às 23 h" ................São 1.000 MILHAS !
Sim essa mulher vai com sua moto ao Brasil.
















Nenhum comentário: