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sexta-feira, 8 de julho de 2016

CANADA E ALASKA DE MOTO - 10



MCKERROW (Ontario) – WAWA (Ontario)


8 julho 2016


Acordei hoje sob protestos. Apesar de deitar e pegar no sono imediatamente ontem, queria dormir um pouquinho mais, coisa de umas 10 ou 12 horas. Mas não tive escapatória: pulei da cama, banho para acabar de acordar, bagagem já previamente organizada e vamos ao café. Bem, eu não tenho preconceito, apenas evito ficar em hotel administrado por indianos. Eles são feras em um monte de áreas mas hotelaria não é o forte da casa. Eram 7.30 h e a família que toma conta do hotel dormia a sono solto. Quando vi os talheres de plástico, que em alguns lugares vem lacrados, em outros separados (faca, garfo e colher) em recipientes adequados, desisti de vez. Estavam todos misturados, em uma grande cesta que já teve dias melhores e as cores variavam do branco, ao amarelo encardido tantas foram as vezes em que foram utilizados. Sai o mais rápido possível dali, para evitar a tentação de jogar tudo no lixo. Foi meu erro. 

Logo que sai parei no primeiro posto de gasolina para tomar um café e comer o famigerado (e melado) donuts. Aproveitei para completar o óleo da Helô (300 ml) e o dono do posto ficou espantado ao ver-me colocar o Mobil 15W 40 para motores diesel na Helô. 

Depois de rodar 30 milhas parei para fazer uma foto e só então percebi que esqueci a bateria da câmera com o respectivo carregador. Claro que voltei mas já comecei perdendo um pedaço do meu esforço para acordar cedo.

Eu estava preocupado com a Trans Canada, afinal atravessa uma região enorme e escassamente povoada. Cidades de 400 habitantes ou menos são comuns. Na realidade muitas vezes nem as vemos, apenas placas que parecem estar ali para testemunhar que continuam existindo.

Gasolina, comida e cama eram minhas maiores preocupações (bem isso até ver uma placa dizendo “DON’T FEED BEARS”). No mapa a região parece um deserto mas na realidade trata-se de uma combinação de florestas nativas com muita água. Lagos, laguinhos, lagões (onde você não vê a outra margem) se sucedem ao longo da estrada, formando quadros que de tão bonitos parecem artificiais. O maior pecado cometido no projeto da estrada foi a falta de mirantes e locais para estacionar. Eu tentava parar mas o acostamento é feito de um pó de pedra muito macio e quase atolei com a Helô. Os americanos nisso dão aula.









De qualquer forma eu estava querendo cumprir uma etapa maior e tentei otimizar ao máximo a viagem. Passei por Sault Ste Marie, uma cidade de 75.000 habitantes, o que em termos de Canadá (com 30 milhões de habitantes) é considerada uma cidade grande. Almocei num restaurante da cadeia Husky, indicado pelo Rapha, que tem comida boa e preços civilizados. Agora eu iria adiantar ao máximo para amanhã alcançar Thunder Bay. 

Helô abastecida, eu com a barriga cheia e agora era hora de enroscar o cabo com vontade. 

Um parênteses, a velocidade máxima é 90 Km mas se você andar a menos de 110 Km vai ser ultrapassado até por bicicleta, o pessoal tem pé pesado e não vi um carro da polícia, apenas quando passávamos pelas cidadezinhas, fecha parênteses.




Bem, eu nem cheguei a dar uma boa esticada e começou uma chuva daquelas enjoadas, nem lava a pista nem para de chover. Por via das dúvidas coloquei a roupa de chuva e fui em frente mas a chuva foi aumentando transformando-se numa tempestade com raios e trovões. A temperatura caiu uma barbaridade, chegou a 14 gráus ! No momento em que percebi que estava com a Helô na contra-mão decidi: hora de parar (aliás passou da hora, né). Esperei uns 40 minutos, a chuva amainou e me mandei para achar um hotel antes que escurecesse, fui achar o hotel 120 Km depois, em Wawa, onde estou no momento trabalhando nestas mal traçadas.





Já olhei a previsão para amanhã, aqui e em Thunder Bay e parece que vai melhorar. Hoje fiz 450 Km (200 km debaixo de chuva) e amanhã, se tudo correr bem, faço outro tanto.



Por hoje é só, abraços e beijos

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