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quarta-feira, 20 de julho de 2016

CANADA E ALASKA DE MOTO - 19



DESASE LAKE (bc) – WHITEHORSE (yk) 

20 julho 2016 



Após uma noite complicadíssima, causada por uma cama king-size, acordamos cedo para dar início a mais uma etapa de nossa batalha....... mas como ? A madame esta curiosa ? Quer detalhes sobre a cama king-size ? Tudo bem, tudo bem, eu conto, não fique ansiosa. 

Vamos lá, o hotel nos ofereceu um quarto com apenas uma cama de casal king-size. No desespero em que estávamos aceitaríamos até mesmo um quarto sem cama ou duas camas sem quarto mas era o que tinha no momento. Claro que aceitamos. Por outro lado, a despeito do excelente relacionamento que temos ainda não chegamos ao ponto de compartilhar a alcova, de bananeiras tais que solucionamos o problema de quem iria dormir na king-size adotando a idade como referência. Quem fosse mais velho dormiria na cama e o perdedor no chão. Ao compararmos as datas de nascimento, inacreditavelmente o Filipec perdeu, e por uma diferença de 43 anos....goleada de tio Hélio. 

Os problemas começaram exatamente por isso. Filipe, como bom excursionista, carrega cantil, fogareiro, barraca, saco de dormir, etc...portanto foi muito fácil deitar no chão e em menos de 10 segundos dormir o sono dos justos. Eu, feliz por ter ganho a competição, também consegui dormir. Acontece que tomo medicação para pressão (quando lembro) e levando umas 4 ou 5 vezes por noite desidratar o joelho. A primeira vez em que ia me levantando quase piso no Filipe. Com medo de um acidente optei por segurar a onda até hoje pela manhã, o que me deixou de péssimo humor. 

Mas o pior estava por vir, mal tínhamos rodado umas 20 milhas fomos parados. Estrada em obras e a funcionária que controlava o transito falou-nos para desligar as motos que a demora seria de 15 a 20 minutos. Um tal de “Pilot car” viria nos buscar enquanto o transito ficava parado em sentido contrário. Eles estavam colocando o tal de “gravel”na estrada (uma espécie de rípio) e a camada estava com 6 polegadas de altura, o que tornava muito perigosa a passagem de carros e de moto mais ainda. Eles estavam tentando compactar uma das pistas e o pilot car (liderando a fila de carro) seguia atrás dos carros. 

Filipe sugeriu que seguíssemos no final da fila pois os carros na frente já teriam ajudado na compactação. Aceitei alegremente mas meu motivo era outro: se caíssemos ninguém veria o “mico” 

Essa brincadeira se estendeu por 17 Km, depois disso voltamos às velocidades normais e à monotonia de uma região despovoada, com postos de gasolina distantes um do outro, sem opções para comer e a temperatura baixando uma barbaridade. 

Já estava entrando em desespero (fome e gasolina no final) quando vimos duas bombas de gasolina em frente a um chalezinho de madeira simpático. Era um restaurante e as bombas, apesar de bem velhas, vertiam um líquido que a dona jurava ser gasolina. 

Tanque das meninas lotados, lá fomos nós tiritando de frio para dentro do restaurante e que surpresa ! Uma lareira de ferro, daquelas de filme de cow-boy, acesa no meio do estabelecimento nos obrigou a tirar jaqueta, colete e luvas. Uma delícia, assim como o sanduba que prepararam. 

Na saída um casal de americanos em uma Ultra Classic começou um papo com o Filipe que só serviu para deixar o Filipe irritado. O cara era um desanimador profissional. Se seguíssemos o que ele dizia teríamos desistido da viagem ali mesmo. Um baita coxinha gringo e, de minha parte, desconfio que o cara é côrno. 

Ainda conseguimos fazer umas fotos razoáveis enquanto corríamos contra a tal nuven cinza que teima em nos perseguir. Quando chegamos a Whitehorse, depois de 650 Km de pilotagem, um problema que agora virou uma constante: hotéis lotados......Bem, só que agora eu coloco meu plano diabólico em ação: deixo o Filipe ir na frente resolver a parada. Claro, as recepcionistas dos hotéis, já reparei, são senhoras de meia idade e o Filipe desperta o sentimento maternal nas ditas cujas que se desdobram em telefonar para outros hotéis. Afinal não podem deixar aquele jovem que veio de tão longe dormir ao relento. Quanto ao velho, com aquela cara de cretino, ele que procure um bordel, pensam as maternais e bondosas senhoras !



















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