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sexta-feira, 22 de julho de 2016

CANADA E ALASKA DE MOTO - 20



WHITEHORSE (yk) – ALASKA (USA) 

22 julho 2015 

Hoje acordamos mais cedo do que o normal. Por volta das 6 horas já estávamos dando início às idas e vindas do quarto até as motos e vice-versa. No estacionamento, motos e pilotos de todas as nacionalidades. Alguns muito amistosos, como os coroas americanos das Goldwings. Outros, como os hermanos mexicanos das BMW, sem nem mesmo um aceno de cabeça. 

Deve ser a tensão do momento, filosofei, e não estava de todo errado. Mesmo entre nós, apesar das brincadeiras e gozações , notava-se um clima de preocupação e seriedade. E tudo isso tinha uma razão de ser, afinal estávamos apenas a cerca de 400 Km de nosso objetivo. Um objetivo, sonho de todos os amantes de moto-aventura, longamente acalentado, planejado e um sem número de vezes adiado. E agora, depois de muito sofrimento, de muitos riscos, esculpido pela chuva e pelo vento, estava ali bem à nossa frente, ao alcance de nossas mãos. 

Não, não podíamos falhar. E por conta disso não que nossa pilotagem tenha melhorado, era a mesma afinal, apenas executada como se fora um baile de gala. E caso cometêssemos um erro, não é como na vida, bastava continuar pilotando, como dizia o velho motociclista Slade. 

E foi assim, enfrentando retas como se estivéssemos parados e um interminável tapete de asfalto corresse por debaixo de nossas motos em direção ao passado. 

As curvas feitas com a mesma delicadeza que requerem as femininas. O contra-esterço na medida exata, gerando um balanço lindo para quem vê e melhor ainda para quem pilota. A ousada entrada de curva, antecedendo o sensual roçar do ponto de tangência, culminando na gloriosa saída, onde o trovejar do velho e obsoleto V Twin fará tremer o chão e disparar os corações. 

E foi assim, com esmero, cuidado e muito capricho que vencemos os últimos quilômetros que nos separavam de nosso Shangrila: O ALASKA. 

A entrada no Alaska foi um dos momentos mais emocionantes vivenciados por dois motociclistas. 

Um deles, um jovem piloto que vem trazendo sua Juanita desde o Rio de Janeiro, sozinho, atravessando as 3 Américas com muita garra, competência e determinação: o Filipe Filipec que merece o título de “Senhor das Américas”. 

O outro, um velho motociclista que teima em ter sonhos jovens cuja fiel escudeira, a Helô, conseguiu equilibra-lo da Flórida até aqui e que não merece nenhuma alcunha, “Vô Doidão” , dado por suas netas, já esta de bom tamanho. 

Não poderia deixar de prestar homenagens póstumas ao “Principe do Furka Pass”, Johnnyboy PHD, incentivador desta minha viagem e a quem dedico esta que considero uma das minhas melhores vitórias. 

Beijos e abraços a quem de direito e até mesmo a quem não merece.



















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