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sábado, 30 de julho de 2016

CANADA E ALASKA DE MOTO - 25


TOK (AK) – WHITEHORSE (YK) 

30 julho 2016 

Hoje foi uma etapa de 640 Km um tanto tumultuada: pelos consertos, pelo “gravel loose” surpresa e pela falta de gasolina. 

Quando acordamos chovia. As motos foram abastecidas de véspera assim como a reserva de hotel em Whitehorse. Por isso aguardamos até a chuva dar uma folga. E que folga quando parou ! Até agora nada de chuva, apenas sol e céu de um azul quase metálico. Lindo. 

A estrada está com longos trechos em conserto, às vezes mais de 10 Km, com passagem apenas em um lado da pista, gerando longas filas de espera. Isto obriga um carro, chamado “pilot car”, liderar os comboios de um lado para outro. As esperas em geral são de cerca de 30 minutos e a passagem deve ser feita bem devagar e com muito cuidado. Pedras soltas, terra e água se misturam loucas para derrubar motociclistas desavisados. 

Mas pior do que esses trechos, fartamente sinalizados, são outros menores que variam de 5 a 100 m de extensão sem nenhuma sinalização. O coração vem na boca quando a 100, 110 km você encontra um trecho de “gravel loose”. A solução é frenar forte sem travar e, simultaneamente, jogar 1ou 2 marchas para baixo ANTES do problema. Entrar no gravel colocando o peso do corpo nas plataformas (levantando a bunda do assento) para baixar ao máximo o centro de gravidade, ao mesmo tempo mantendo o guidon firme e olhando à frente para o ponto que você quer que a moto vá. 

E neste anda, para, toma susto, volta a andar chegamos ao posto indicado pelo GPS já com a gasolina pela bola 7 em ambas as motos. 

Surpresa.....o posto estava desativado ! O mais próximo ficava a 109 km. A Helô, mais beberrona que a Juanita, devido ao peso, ao parabrisas e uma caixa de apenas 5 marchas, já estava quase entrando na reserva. Resolvi leva-la em 5ª. marcha a 2.000 RPM aliviando nas descidas e sem forçar nas subidas. Minha velocidade caiu para cerca de 50 km hora. 

O Filipe colocou uma velocidade maior e foi desaparecendo no horizonte. Por outro lado, quando saímos pela manhã, o tanque da Juanita não estava totalmente cheio. Alcança~lo seria uma questão de tempo. Economizando gasolina como um avarento “mão de vaca” já tinha rodado 80 Km quando encontrei uma fila de carros num bloqueio da estrada (obras). Encabeçando a fila, porém já no acostamento com pane seca, a Juanita. Eu ainda tinha umas miseráveis gotas no tanque e disposto a continuar até onde desse, quando surgiu mais um anjo vestido de trabalhador rodoviário. A senhora que comandava a placa de STOP e SLOW, vendo a cara de desamparo de Felipim chamou a responsabilidade para si e olhando para mim como quem diz: “-Esse velho cretino deve ter esquecido de colocar gasolina nas motos!” , ligou para o acampamento da construtora para ver se tinha gasolina. Não, não tinha gasolina, só diesel....ainda pensei em colocar um pouco mas pela cara da Helô desisti. Parecia que ela também me chamava de cretino. A Comandanta do STOP – SLOW não se deu por achada e pediu um truck para levar Felipim ao posto de gasolina a 30 Km de distancia. Em menos de 5 minutos chega uma pick-up Ford F-350 modêlo “pica das galáxias”, ela convida o Filipe a embarcar naquela nave automática, traçada, turbinada, intercoolada e com AR CONDICIONADO enquanto eu, como castigo por esquecer de colocar gasolina nas motos, aguardava sentado na Helô curtindo sol e poeira do conserto..... 

O mais interessante é que temos um reservatório de 10 litros para gasolina mas, por medida de segurança e economia, andamos com ele vazio... Claro que a Comandanta do STOP-SLOW tinha certeza de que eu era o responsável por essa “técnica”. Que saudades da minha polical canadense de olhos azuis e algemas douradas. 

O fato é que a pick-up chegou, vertemos generosas doses de gasolina nos tanques das meninas, partimos para abastece-las até o talo. Mas claro, deixando novamente o reservatório vazio por medida de segurança e economia.





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