Covarrubias (SP) – Lugo (SP)
20 maio 2015
Hoje foi dia
de deixar Covarrubias, mais uma dessas cidades que nos conquistam à primeira
vista. Começando pela forma simpática e atenciosa com que fui recebido, tanto
no hotel como no bar em que fui fazer um lanche e, depois de dar um banho no
Hélio, sentar-me à varanda do meu quarto para filosofar sobre a vidam sou
surpreendido por um espetáculo desses. Meu xará estava inspirado, talvez
tentando impressionar a lua que deveria entra em cena logo após.
Depois disso resolvi
ficar por aqui e conhecer um pouco mais desta cidade medieval, hoje com cerca
de 650 habitantes Sua história oficial tem início no século X quando o primeiro Conde de Castilla, Fernan
Gonzalez, converteu Covarrubias na capital do primeiro Infantado de
Castilla.
A Princesa
Cristina da Noruega, esposa do Infante Felipe, foi sepultada no claustro da
Colegiata de San Cosme e San Damian em 1262 e, diz a lenda, seu último pedido foi a construção de uma
Ermida em homenagem a San Olav, patrono da Noruega. Verdade ou não, a Ermida
foi erguida este ano, 753 anos depois de sua morte, atendendo ao pedido de
Cristina, Princesa de Noruega.
Atravessar o
pórtico do antigo Archivo de Adelantamiento de Castilla com a Brigitte, foi como entrar na máquina do tempo. Uma aula
de história em cada passo: o calçamento, as ruas estreitas, as casas com
paredes de adobe, as muralhas de pedra, o pequeno cruzeiro do século XVI.
A população
da cidade é pequena e em sua maioria pessoas de idade, todos muito educados e
comunicativos, jamais deixando de nos cumprimentar ou elogiar o estilo da
Brigitte. Uma delícia de cidade e uma
gente que, sem mesmo nos conhecer, transmite simpatia e calor humano. Vou
sentir saudades.
O Torreón de Fernan González, uma torre defensiva do século X, que teria sido também a prisão da Infanta Doña Urraca, encerrada ali por seu pai como castigo por seus “amassos” com um Pastor do qual, coincidentemente, jamais se teve notícias.
Depois de uma
noite bem dormida e um lauto café da manhã, com a maravilhosa geleia de cereja
e o pão feitos no próprio hotel, peguei a estrada em direção a Lugo. Hoje eu
teria de fazer uma “perna” mais comprida. Meu objetivo era Lugo. Foram 450 Km com paradas apenas para
abastecimento. Estava muito frio,
ventando muito e optei por vir pelas grandes rodovias para chegar mais
rápido. A velocidade é 120 Km mas o pessoal abusa um pouquinho, então a gente
tem que fazer o mesmo para acompanhar o fluxo.
Na hora das rajadas mais forte de vento o negócio é levantar a bunda do
banco e colocar o peso nos pés sobre as plataformas. Com isso a gente baixa o
centro de gravidade da moto e ela fica mais estável. Nesse ponto também não
posso me queixar da Brigitte, ela é muito estável e dócil não exigindo nenhum
esforço do piloto.
Na parada
para o almoço reservei um hotel em Lugo, por um ótimo preço (30 Euros) e com
avaliação 4.2 em 5. Realmente o hotel
merece a nota, depois do frio que passei na estrada entrei no chuveiro e, pelo
tempo que fiquei debaixo do jato fumegante, acredito que tenha utilizado o volume morto da caixa d’agua. A única coisa
que destoou foi um restaurante em frente onde comi, péssimo. Agora vou dormir
pois amanhã tem Santiago de Compostela.
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